terça-feira, 8 de março de 2011

FELICIDADE A QUALQUER PREÇO

Tem uma coisa que eu preso é a liberdade, até para não ser feliz.  Ontem vi uma madame subir na cadeira, quando um bloco passou. Minutos antes ela discutia com o marido, parecia coisa séria, pois apontava o dedo para a cara dele enquanto falava. Segundos depois, no toque do botijão de gás, ela subiu na mesa, levantou numa mão um dedinho e no outro o copo. Essa total incoerência me fez pensar, porque tanto ridículo? Logo depois a chuva despencou o bloco correu e a mulher voltou a brigar com o marido, até o cara pedir a conta e sair puxando a mulher pelo braço. Constrangedor.
Eu desconfio muito de gente, que faz piada de tudo, que ri muito alto. Outro dia fui na casa de um conhecido e a esposa dele era uma dessas. Ria alto, repetia frases feitas, debochava de todos e de tudo, depois fiquei sabendo que ela e o marido estão muito mal, pensando em se separar. Essa alegria excessivamente artificial normalmente é doentia, de gente que chora escondida no meio da noite, que está sendo corroída pela obrigação de ser feliz.
É uma coisa boa de se descobrir cedo, antes que a chuva passe, antes que o sol volte a nascer.

2 comentários:

  1. Dr. Stefano Borreia.

    Agora é blogueiro também? Isso é muito bom. Poderemos ler suas bobagens e suas seriedades frequentemente.
    Passarei sempre aqui para ler e pitacar, se V.Sa. assim permitir.

    Abraço,

    Frederico Dantas.

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  2. Sobre o post, concordo com você. Hoje todo mundo tem que ser foda, rico, bem sucedido, etc. É aquela coisa americana de "loser". Se você for feliz mas não for o "bom da boca" você é um pária social. Este mundo de hoje é muito chato.

    Frederico Dantas.

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